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Por que sou contra o dízimo?

Meu irmão, naquele dia me disseste que o cristão não deve pagar o dízimo porque o dízimo é uma Lei do Antigo Testamento. Na dispensação da Graça, inaugurada por Jesus Cristo, dizias-me tu que não há lugar para o dízimo.

Não concordei com o que disseste, mas, depois de examinar biblicamente o assunto, vi que tens um pouco de razão e chego a concordar com uma parte de teu pensamento. De fato, o dízimo não é um método genuinamente neotestamentário de contribuição. Jesus não deu muita ênfase a esse método. Jesus nunca elogiou um dizimista. Há uma única parte nos Evangelhos em que Jesus recomendou o dízimo. Foi quando condenou os fariseus: “Deveis fazer estas coisas sem omitir aquelas” (Mt 23.23). Isto é, não deviam omitir a prática do

dízimo. É a única recomendação. Os apóstolos, nas suas recomendações às igrejas, falaram em ofertas, mas não se referiram ao dízimo. O meu irmão tem razão quando diz que o dízimo não era o método do Novo Testamento e da primitiva Igreja Cristã. Mas há uma razão principal. É porque o dízimo foi sempre considerado na Bíblia como o mínimo que uma pessoa deve dar. Havia outras ofertas: as ofertas alçadas, os sacrifícios, as ofertas nas ocasiões de festas religiosas e ofertas em ocasiões especiais.

Quando Malaquias condena as faltas do povo na prática da contribuição, não se refere só ao dízimo: “nos dízimos e nas ofertas” (Ml 3.8). O que está havendo nas igrejas evangélicas de hoje é que o dízimo é considerado o máximo e não o mínimo. Nós somos tão

maus contribuintes, que o que a Bíblia estabelece como mínimo, nós colocamos como o máximo.

Às vezes, vejo crentes dizendo: “Agora sou dizimista”. Parece que atingiram o alvo mais alto e mais elevado na contribuição, mas, pela Bíblia, só atingiram o mínimo. Quem não dá o dízimo está dando menos que o mínimo. Por isso, a Igreja do Novo Testamento não dava ênfase ao dízimo, porque os crentes transbordando de júbilo espiritual de gratidão, de ação de graças, achavam até mesquinho contribuir só com dez por cento. Por isso, meu irmão, estou contigo num ponto: sou contra o dízimo, isto é, contra a ideia do dízimo como o máximo.

Porque o dízimo é o mínimo.

Por Rev. João Dias de Araújo

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