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DIA DO TRABALHO

Para C.S. Lewis, a “obra (o trabalho) de Beethoven e a de uma empregada doméstica tornam-se espirituais na medida em que são oferecidas a Deus, ‘como que para o Senhor’”. Não estamos acostumados com essa ideia, embora ela seja bíblica e repetida pelos reformadores protestantes: “Nenhum trabalho é melhor que outro para agradar a Deus: servir água, lavar pratos, ser sapateiro ou apóstolo, tudo isso é uma coisa só, no que se refere ao trabalho, para agradar a Deus”. A prática cristã é diferente. Outro dia, em um grupo com pouco mais de trinta estudantes universitários, ao serem perguntados se as mães trabalhavam, apenas dois ou três responderam afirmativamente... E, estranhamente, todos reconheciam que estavam ali exatamente pelo “trabalho” delas. Ainda confundimos trabalho com emprego; aceitamos facilmente a dicotomia trabalho secular e trabalho espiritual; e, pior, pensamos que o trabalho é invenção do homem e foi amaldiçoado por Deus. Lemos apressadamente Gênesis 3.14-19 e chegamos ao absurdo de concordar com a afirmação do sociólogo Luiz Octávio de Lima Camargo, em entrevista à revista Veja: “O trabalho é chato, a escola é chata e a própria Bíblia se refere ao trabalho como uma maldição”.

Em uma sociedade hedonista, a negação do trabalho é quase inevitável. Adoramos o descanso e o confundimos com ausência do que fazer. Vivemos uma contagem regressiva entre um domingo e outro. No entanto, o trabalho — assim como o descanso — é parte da nossa identidade como imagem e semelhança de Deus. É uma ideia de Deus e, remunerado ou não, pode tornar-se uma oração: “Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu”. Dia do Trabalho. “Alegremo-nos e regozijemo-nos nele!”

Fonte: Ultimato online Consulta em 24/04/19

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